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Notícia - Venda de tablets de até R$ 1 mil tem forte alta e atrai novas fabricantes 17/01/2014
Venda de tablets de até R$ 1 mil tem forte alta e atrai novas fabricantes

No Brasil, as pranchetas eletrônicas mais baratas já respondem por 70% do mercado criado pelo iPad; companhias brasileiras, como DL, CCE e Multilaser, dominam esse segmento e preveem uma nova aceleração das vendas neste ano

Apesar de muito se ouvir falar em iPad, são tablets de preços bem mais em conta do que o modelo da Apple que dominam o mercado brasileiro.

Em novembro de 2013, sete em cada dez tablets vendidos no País custavam menos que R$ 1 mil, segundo levantamento feito pela empresa de pesquisa Nielsen. O salto dessa categoria no mercado total foi de 233% na comparação com o mesmo mês de 2012.

As marcas que concentram sua produção em aparelhos nessa faixa de preço estão se mexendo para dar conta da demanda. A DL, que está entre as cinco maiores do Brasil em volume de vendas, segundo fontes do mercado, está investindo R$ 10 milhões na expansão de sua fábrica em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais. A fábrica saltará dos atuais 5 mil metros quadrados para 20 mil metros quadrados, e o número de funcionários passará de 500 para 800.

"Estou operando no limite da minha capacidade, usando todos os cantos da fábrica", diz o chinês Paulo Xu, dono da empresa. "Tive de recusar muitos pedidos em novembro e dezembro."

O empresário, que começou vendendo panelas elétricas de arroz DL (sigla para Doce Lar), hoje concentra quase todos os seus esforços nas pranchetas eletrônicas. No ano passado, ele fechou parceria com a Foxconn para a inserção de componentes na placa mãe, e com instituições de ensino locais, para o desenvolvimento de novos produtos e melhorias no portfólio - que incluem também MP3, caixas de som e fones. Além disso, a empresa investiu R$ 4 milhões em pesquisa e desenvolvimento no ano passado.

O forte empenho da companhia pode ser visto como uma resposta ao amadurecimento do mercado, que surgiu em 2010 com o iPad. "O nível de competitividade está maior e há várias marcas querendo entrar nesse mercado", diz Bruno Freitas, gerente de pesquisas da consultoria IDC.

Concorrência. Em 2012, calculava-se que a DL era dona, sozinha, de um terço do mercado. Mas, de lá para cá, outros fabricantes ganharam relevância. A brasileira CCE, comprada pela chinesa Lenovo em 2012, começou a produzir tablets e diz ter vendido 1 milhão de peças em 2013. Já a DL informa ter fabricado 1,5 milhão de aparelhos.

Outra marca que se tem feito notar entre os tablets de preço mais acessível é a Multilaser. A empresa, que nasceu há 25 anos com a venda de cartuchos para impressora, prevê para este ano um crescimento de 40% sobre as 997 mil unidades de 2013.

O gerente de produtos da Multilaser, Reinaldo Paleari, conta que recentemente a fábrica também foi expandida - de 22 mil para 30 mil metros quadrados de área construída. "No ano de 2013, a linha de tablets foi sem dúvida a mais expressiva em faturamento." A companhia vende de massageador para os pés a impressoras.

Líder. Não há ranking aberto ao público sobre a participação de mercado das marcas no País. O diretor de produtos da área de mobile da Samsung no Brasil, Roberto Soboll, diz que a companhia sul-coreana "se manteve na liderança" em 2013. A empresa não detalha suas vendas, mas o executivo afirma enxergar oportunidade crescente em outros segmentos (além do usuário final). Os aparelhos voltados para escolas e empresas são alguns deles. "O aparelho surge como uma ferramenta de trabalho na qual se consegue exibir um catálogo de produtos ao cliente, por exemplo."

Soboll estima que um tablet seja vendido para cada cinco smartphones no Brasil. A IDC calcula que o ano de 2013 tenha terminado com 7,9 milhões de tablets vendidos no País, avanço de 142% em relação a 2012.

Presente. Ontem, a professora Cláudia Wingler e o esposo Sebastião Rodrigues presentearam as três filhas com um tablet para cada uma. "Elas eram praticamente as únicas da turma que não tinham tablets", conta Cláudia, que veio de Brasília com a família para passar as férias em São Paulo. O aparelho foi presente de aniversário para as gêmeas Bárbara e Cecília, que fizeram 12 anos no dia 5. Letícia, de 9 anos, acabou ganhando um também.

Cada tablet, da marca DL, custou R$ 270 - uma promoção das Casas Bahia. Bárbara quis o cor-de-rosa e as irmãs optaram pelo branco. Como não havia desconto se pagasse à vista, a família parcelou em 12 vezes.

Cláudia conta que a compra tem a ver com a idade das meninas. "Acho que elas estão numa época bacana para começar a mexer com isso." Cláudia é um dos exemplos de pais que estão comprando tablets para suas crianças. Dentro dessa parcela estão também os que entregam tablets baratos com a finalidade "sossega criança" para os mais novos, que insistem em brincar com os tablets do pais, brinca Bruno Freitas, da IDC. As vendas dos aparelhos entre R$ 300 e R$ 500 cresceram 289% em um ano, segundo a Nielsen.


 
                 
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