Queda nas exportações, crescimento das importações e o déficit comercial do Brasil em eletroeletrônicos sinaliza ficar ainda maior em 2013 – como já indicavam projeções da Abinee para o ano. O setor ainda torce, porém, que a desvalorização recente do real frente ao dólar favoreça alguma reação dos fabricantes instalados no país no segundo semestre.
A expectativa geral, porém, ainda é de um déficit 9% maior que o do ano passado. E nos seis primeiros meses o quadro realmente piorou. O déficit de eletroeletrônicos atingiu US$ 17,72 bilhões, 10% acima do ocorrido no mesmo período de 2012, quando a diferença entre as compras e vendas foi de US$ 16,16 bilhões. Praticamente três quartos dessa diferença vem da Ásia – US$ 13 bilhões.
Entre janeiro e junho, o país comprou US$ 21,2 bilhões – 6,4% a mais do que no primeiro semestre do ano passado, com liderança dos componentes elétricos e eletrônicos, que representam 56% das importações do setor. Em particular, componentes para telecomunicações (US$ 3,1 bilhões), semicondutores (US$ 2,7 bilhões) e componentes para informática (US$ 1,6 bilhão).
Paralelamente, o Brasil vendeu menos eletrônicos. Também no acumulado de janeiro a junho, as exportações somaram US$ 3,46 bilhões, valor 7,6% abaixo das verificadas em igual período de 2012 (US$ 3,74 bilhões). Apesar do bom desempenho das vendas de equipamentos de informática – alta de 16,3%, com destaque para exportações à vizinha Argentina, o quadro geral é de queda.
A liderança, sem surpresas, é da contínua redução na venda de celulares. Como explica a Abinee, “a maior taxa de retração foi das vendas externas de bens de Telecomunicações (-20,5%) que estão sofrendo influência da queda das exportações de telefones celulares, que caíram pela metade, passando de US$ 140 milhões, em janeiro-junho de 2012, para US$ 68 milhões, em janeiro-junho de 2013”.
*Com informações da Abinee - Associação da Indústria Elétrica Eletrônica